quinta-feira, 22 de março de 2018

EFÊMERO



Efêmeras são as flores que ganhei na semana passada de pessoas que passaram pela minha vida de maneira que parecia ser duradoura, mas não, era efêmera também assim como as flores que me deram. Acho que era de despedida, e nem disseram... entregaram, viraram de costas e se foram. Sorri e abanei a mão como a efêmera flor... nem percebi que era adeus.

Andamos pela vida buscando sentido e permanência. Mas tudo o que encontramos é confusão e impermanência. Coisas e relações começam leve sem presunção. A relação se fortalece com a convivência e as coincidências da razão. Mas passa pelo beco da canseira,  incompreensão. Morrem ao nascer do sol. Assim como essas efêmeras belas flores. Enfeitam-nos por um dia. Amanhã outro botão vai nascer em outro galho qualquer logo ao nascer do sol, neste não.

Sábios nos dizem que precisamos aprender o desapego. Que a razão do sofrimento está exatamente nisso, em nos apropriarmos de sentimentos e buscarmos estabilidade. Não, a imponderabilidade é a exata medida. O instante é o tempo. O sorriso é a profundeza. Quanto menos, mais. Efêmera existência de tudo. Simples aceitação... estou tentando aprender.

Aprendendo a cada dia não mais me fiar em palavras, compromissos, propostas, documentos e intenções. A vida transcorre num instante e não dá tempo nem de pegar a caneta... puff, já mudou da página. Estava ali, no meio da frase... puff ... outra idéia desvia a atenção...  Estava indo colocar o biquíni pra ir na praia... puff, o tempo mudou, relampejou e já vai chover. Estava me aprontando para um encontro festivo... puff, a aniversariante não quer mais ver ninguém... ok...obrigado. Tudo é por demais efêmero. Num dia tão amiga, no outro: nada.

Acho que é a rapidez da tecnologia que transformou a profundidade de tudo. Por outro lado acho que sempre foi assim. A gente que não percebia que nada era perene... que tudo  é e sempre foi só efêmero. Não sei se são as coisas do agora que tem se transformado nisso...  mas tenho em mim tantas intensidades, raízes profundas, flores duradouras e perfumadas, pessoas, lugares, casas de pedra onde ventania nenhuma ameaça e ali estão suavemente sempre a me aguardar com doçura, acolhimento e certeza.

Pensando bem o profundo também é um pouco efêmero, pois voa para fim da fila de nossa lembrança pra nos pacificar... mas permanece em nós.  Acho que o efêmero de hoje é por vezes profundo pois resvala na nossa alma e cava fundos sulcos de estarrecimento ao fugaz.


Enfrento a realidade devolvendo a superficialidade com a mesma superficialidade. Enfrento a realidade usando a peneira da razão pra compreender que o que se quer ser efêmero não deseja nada mais que isto. 
E assim dou o efêmero ao efêmero. E só dou o eterno ao que assim quer ser.

SAM

domingo, 18 de março de 2018

RECARREGAR É PRECISO...

Eu não consigo deixar o celular carregar 100%... Isso, durante o dia... Logo cedo, já saiu de casa com a carga por volta de 75, 70%...

Claro que de manhã, ele está tinindo nos 100%... Assim que deito, coloco pra carregar... E lá ele fica... As horas passam, os pesadelos me atacam, viro de um lado pro outro na cama, tentando me safar das encrencas espirituais, e a bateria do celular chega no seu máximo, mas continua ali...

Ô mar salgado!!!...
É Luís Tamborilando ouvindo a gravação de sua participação no Projeto Nossa História, na quarta-feira passada... Dia de homenagem aos 56 anos de Oz e à Colônia Portuguesa, na qual tenho um pé... E para homenagear à Colônia, nada melhor do que Fernando Pessoa...

Então eu digo, sou Brandão... Sou um punhado de sangue lusitano... Sou meu avô, Isaac... Sou minha avó Anita... Antunes, Cintra, Ferreira Jorge... Assim mesmo, tudo junto e misturado... O resultado, é uma grande emoção... É saudade de toda uma história, de todos que já se foram...

Mas como eu dizia, não consigo deixar a bateria do celular, carregar 100%... Como já disse, sai de casa já nos 70%, cheguei no nosso "escritório", batendo nos 45%... Vim digitando no ônibus... Fui almoçar, levei o celular... Voltei e estou a digitar... Vou colocar pra carregar, mas logo mais vou sair e ter que desconectar...

Aí alguém fala:

ALGUÉM: A bateria vai viciar...

EU: A vida é um grande vício...

Vício de nascer a cada segundo... Vício de morrer a cada olhar bronqueado... Vício de beijar uma boca carnuda... Vício de sentir um cheiro... Vício de odiar, de querer ver morto... Sepultado e enterrado... E me sorri um anjo torto...

Aí de mim...

Neste momento, lembro de seu Joaquim e de dona Cecília, que se conheceram, se apaixonaram, fizeram juras e se casaram... Aqueles eram outros tempos, mas eles entraram nos atuais, superando as dificuldades, se amando e se respeitando... E como era bom vê-los caminhando de braços dados, pelas ruas, pela casa, passando por sóis e luas...

Saudoso, entristecido, com meu mundo cercado, pulo o muro, caiu na rua e na vida... Olho pra trás e sorrio pra quem quer me ver preso, pra quem quer me ver calado, nem com os olhos meus pensamentos devem ser expressados...

Na primeira esquina, me desfaço da tristeza, rasgo minhas frustrações, minhas agonias, expulso meus demônios... Chamo o Albano, a Ana e o Leo... A Rosa, que rasgou a cortina e se cobriu número véu...

E eis que estou no 27%... Devo colocar pra carregar, antes que saía... O tempo passa... Não, nunca vai haver o outra vez, a vida meu amigo, é um rio que segue sempre em frente, passa por curvas onde enterraram tantos corações, até chegar num mar de sonhos, de delírios, de imaginar...

Ô mar português,
o quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal???!!!...
Por te cruzarmos, quantas mães choraram???...
Valeu a pena???...
Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena...

Joaquim Brandão



Sobre o escritor:
Joaquim Brandão, nascido em 1955 é Cmpineiro, pontepretano, Se formou em Comunicações pela PUCC, Produziu e Dirigiu diversos espetáculos teatrais e cinematogáficos. Também participou de trabalhos culturais volountarios em presídio e em espaços públicos.Ama escrever. Está atualmente concluindo um livro que brevemente será lançado e aqui, divulgado.
Mora na Paulicéia desvairada.
https://www.facebook.com/joaquim.brandao.752

terça-feira, 13 de março de 2018

JOGOS MODERNOS

Eu ainda estava na cama tentando resolver o dilema de levantar ou me permitir um tempo de ócio a mais, quando o barulho do marido andando no corredor me fez decidir por colocar os pensamentos em ordem e ver o que tinha para fazer primeiro.  Decidi que o que queria fazer, antes de qualquer coisa, era lembrar o episódio que aconteceu no final da noite anterior. Chegamos de uma das nossas curtas viagens para o RJ. Quatro dias, muitos encontros e muitas emoções. Realmente muitas emoções! Emoções que ainda precisam ser mais bem digeridas, mas que, no momento, basta que se saiba que existiram. Comecei a lembrar de que quando saímos do aeroporto estava escuro e precisávamos achar um carro branco, de certa marca com um final de placa específico, acho que 73. A área de desembarque do aeroporto tem um espaço enorme, suficiente para uma caminhada saudável, mas eu não estava para isso àquela hora. Minha memória se juntou com a sensação de que estávamos num jogo que começou na escolha do aplicativo para encontrar o carro que nos levaria para casa. Não estou exagerando. Juro! Dá para ver pelo modo como meu marido se comporta cada vez que precisamos usar um veículo para nos transportar. Pegar um taxi virou a opção dos perdedores. Nós não! Meu marido tem três aplicativos, sendo que um ou dois deles se subdividem. Ele pode avisar que não tolera cigarro e vai gostar de ter balinhas e água para dizer que nem quer. Definitivamente nós conseguiríamos pegar um lindo carro, pelo menor preço e que fosse o mais rápido para chegar ao nosso destino. Assim que o avião pousou, meu marido pegou seu iphone e a busca começou. Seus dedos se moviam freneticamente e diante de uma e outra contrariedade um pequeno palavrão era cuspido de sua boca. 
Quando o carro era satisfatório, a distância que ele estava não era. Meu marido achou por bem me dizer que nossa cidade ainda não está entre as mais bem servidas deste tipo de serviço.  Eu já tinha conhecimento disso e devo ter respondido com um desses sons que não chegam a ser uma palavra. Da saída do avião até a saída do aeroporto há um percurso de cerca de quinze minutos. Durante os primeiros cinco minutos meu marido foi mexendo no seu aparelho e andando numa velocidade que me obrigou a ir bem mais depressa que meu corpo cansado estava querendo. A busca dele seguiu incessante. Ele passou a me mostrar quanto cada um cobrava. Meu marido estava com a faca e o queijo nas mãos para apertar um botão ou dar um comando e ganhar o tal jogo. Eu sabia que não era conveniente interrompê-lo e assim, após uns poucos minutos ele me anunciou triunfante que o nosso carro seria um HB, branco, com os números finais da placa, não tenho certeza, 73 e até disse o nome do motorista, que pode ter sido Rodrigo, ou outro qualquer. Como jogadores na última fase do jogo, passamos pelos portões do aeroporto em direção à área de desembarque. Agora só precisávamos achar o carro. Meu marido é mais alto que eu e com seu olhar consegue sempre varrer um campo bem grande. Andamos bastante de um lado para o outro. Fique perto de mim, ele me disse com uma voz firme, enquanto corria e buscava achar o carro que para nosso desgosto não estava facilmente à vista. No meu iphone diz que o carro está estacionado aqui. Experimentei dizer que o motorista poderia ter dado uma volta. Impossível! O aplicativo mostra que ele está aqui. Depois de um tempo, ousei dizer que não queria mais andar. Queria ir embora. Achei um lugar num banco e me sentei.  Empaquei. Meu marido começou a perceber que iria ser desclassificado do jogo. Ficou desacorçoado. Experimentei ajudar: Liga para o motorista. Já liguei! Ele não atende. Vou cancelar e buscar outro...  
Nesse momento, enxerguei um taxi parado bem na nossa frente. O motorista do taxi saltou. Meu marido leu meus pensamentos e me disse que ele deveria estar aguardando alguém. O senhor está aguardando alguém? Não, estou livre. Quanto custa até o centro? O valor que ele deu era talvez 40% a mais que os carros que usam aplicativos. Rapidamente eu falei que o valor estava bom e que nós iríamos com ele. Meu marido entrou mudo no carro. Entre dentes me fez saber que ainda pagaríamos mais do que foi dito. Eu retruquei dizendo que pagaria quanto fosse. Ele foi eliminado do jogo. Estava amargando sua derrota, quando o motorista experimentou puxar conversa. Mudo ficou e eu troquei algumas falas com o motorista. Na porta de casa, meu marido me questionou se eu tinha dinheiro à mão. Achei minha carteira e tirei as notas para contar o dinheiro. Pronto! Por favor, confira se eu lhe dei o valor correto. O motorista contou e recontou. Não! A senhora me deu a mais. Ele me devolveu vinte e poucos reais. Boa noite e bom descanso! Vocês parecem cansados, mas já estão em casa e vão descansar. O senhor percebeu mesmo nosso cansaço. Boa noite para o senhor também. Meu marido se rendeu e desejou boa noite para o motorista. Game over.





Rosali Michelsohn
(Rosali é psicóloga, escritora e minha amiga há mais de 30 anos.

Blogueira - onde publica seus excelentes textos
http://www.vistadajanela.com.br/blog/jogos-modernos )
Trabalha na empresa Tangram Consultoria Organizacional


segunda-feira, 5 de março de 2018

Ponto fraco.

Qual é o seu ponto forte?

Todos nós temos muitos pontos fortes sejam no campo profissional, no campo dos relacionamentos, dons para certo tipo de assunto, arte, aptidões várias que são sempre tão pessoais e individuais. São aquelas áreas de nossas atividades que transitamos com desenvoltura. Temos conhecimento do chão. Não temos medo de falar sobre eles. Amamos estar com quem também os aprecia. Temos sempre uma porção de causos e peculiaridades pra compartilhar. É a nossa zona de conforto. Paradoxalmente  essas áreas são também os nossos pontos fracos. Quando alguém ou algo nos atinge em geral é bem ali, nos nossos pontos fortes. E sejam com palavras ou atitudes traiçoeiras, nossa certeza se fragiliza. Demoramos muito para compreendermos o que se passou. Nossa área de conforto sobre assuntos de nosso domínio é sempre blindada pela nossa pseudo certeza. Ali incautamente abrimos a guarda para situações de risco, pessoas que tem poder afetivo ou a quem delegamos nossa confiança para transitar sem receios. Ali essas pessoas nem sempre compreendendo a importância daquela atitude de confiança agem sem a ética esperada e atingem o coração da nossa confiança e abalam a nossa certeza. O mais incrível é que nem sempre percebemos como o fato se deu.  Pra ilustrar o assunto trago aqui um caso:


Conheci um casal cuja esposa muito esforçada e consciente das limitações financeiras do marido em manter a casa com seu limitado salário se propunha a fazer uma série de trabalhos além de suas condições físicas e culturais, só para não ouvi-lo se lamentar do quanto ele estava sem reservas financeiras por ter tido a decisão de se casar. Ele oscilava entre desejar que ela enfrentasse aqueles trabalhos mais pesados pra receber uns trocados e o outro lado dela estar em busca de um trabalho mais ao nível de sua formação e intelectualidade. Quando ela se aprumava e dizia:”Vou trabalhar na minha área. Vou investir meu tempo e raciocínio em buscar oportunidades na minha área.” À principio o marido dava força, mas em menos de cinco dias voltava a pressioná-la que o que ele queria ver era dinheiro e rápido, pois o problema financeiro da casa era imediato. E lá ia a minha amiga a buscar outro sub-emprego imediato e se distanciava de seu projeto de se desempenhar em sua área por absoluta falta de tempo e inspiração, quando voltava cansada pra casa. Certa ocasião essa minha amiga arrumou outra amiga que também tinha a mesma formação e o mesmo sonho de trabalhar na mesma área. As duas animadas iam fazendo projetos, desenhando roteiros, lendo matérias, criando blog, etc... para darem condições ao projeto de trabalharem juntas.

O marido da primeira não gostou. Sob sua ótica aquela amiga estava desviando o caminho de sua esposa. Além do mais ele notava uma incomoda sincronia entre as duas. Elas não se aborreciam em ficar por horas conversando e trabalhando no computador juntas. Nas horas vagas iam para lojas pesquisar materiais e assuntos para seus intentos conjuntos. Foi aí que o marido da primeira voltou a pressionar com insistência sua esposa a produzir com rapidez dinheiro. Ela angustiada aceitou o primeiro trabalho que apareceu, pra ganhar pouco, mas a absorvia a maior parte do dia. A parte que sobrava ela tinha seus afazeres domésticos. Daí, pouco ou nada sobrava pra criar ou pensar no seu projeto de independência profissional “idealizado”. Ela se sentia em falta com o marido e assim ela foi de novo trabalhar em algo que não a satisfazia nem financeiramente nem psicologicamente. Ela se sentia em falta com a companheira propensa a ser sua sócia pois elas haviam planejado alternância nos trabalhos criativos das paginas digitais, mas ela estava totalmente desernegizada seja pelo acúmulo de trabalho tanto o quanto pela falta de foco. Ela não tinha nem tempo nem concentração. Quando sentava no computador para tentar escrever o marido enciumado logo vinha perguntando o que tanto ela estaria sentada “de novo”  no computador, como se o computador fosse mais um ladrão de sua esposa. E aí, sem muito o que ter mais de falar ela já não tinha mais tempo nem paciência para seus sonhos de resgate profissional.  Com muito pouco a justificar buscou razões pra abandonar aquele projeto e causou razões pra sua companheira não mais querer estar ali. O projeto se implodiu. Entre seus ideais e os do marido, optou pelos ideais do marido, que naquele momento era apartá-la da amiga.

Assim se deu a quebra de um bom projeto instalado no ponto forte de duas amigas por um ataque certeiro ao ponto fraco (honra), de maneira sorrateira, pois aparentemente seria uma necessidade financeira, mas na realidade era a necessidade de não deixar aquele sonho progredir. Seria o que?
No momento aquela minha amiga está iniciando outro caminho profissional nada confortável pois não é uma área de seu conhecimento, nem seria um campo de seus pontos fortes. Quem escolheu foi o marido. Ele vai estar financiando e gerenciando o seu trabalho, até que ela se apaixone pelo assunto, se debruce com afinco, ai ele vai se enciumar de novo... e bem possivelmente dinamitará o caminho com pressões aos pontos fracos daquela fortaleza.

Em resumo, acho que temos de ser bem discretas quanto aos nossos pontos fortes pois eles mesmos são nossos pontos fracos. E quando alguém “autorizado” transita em nossa vida pode dinamitar nosso ponto forte pois é ele o nosso ponto fraco e assim ficamos totalmente indefesas.

SAM

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Altos Papos

 tempos venho sonhando com a idéia de reunir meus amigos e amigas para papearmos longamente sobre assuntos diversos. Tenho a sorte de contar com tantas pessoas amantes da boa letra. Alguns são escritores profissionais. Outros amadores, mas não menos criativos. Deleito-me diariamente pelo Facebook com tantas postagens inteligentes. 



Postagens vindas de gente real, amigos reais, gente que eu convivi e convivo ainda, agora muito mais assiduamente pelo Facebook ou emails. Pessoas que ainda vou encontrar um dia desses.Alguns amigos eu fiz pela interne, mas a amizade dura há anos. Gostos afins. Compartilho tanta coisa todos os dias. E todos os dias vejo tantas pessoas compartilhando das minhas coisas. Pela internet temos um universo muito maior do que era possível antes desses veículos on line. O que era bom se tornou ótimo. Não dependemos mais de marcarmos encontros. O encontro já está assegurado na palma de nossas mãos, diariamente, na hora que bem entendemos. Às vezes sinto vontade de rever certas postagens impactantes e nem sempre é fácil encontrar as páginas e nem mesmo me lembrar quem foi que postou ou quando.




 A vida pode ter nos distanciado por motivos diversos mas a tecnologia tem nos aproximado de uma maneira interessante e constante. Não tem como negar o conforto de estarmos na nossa sala ou em qualquer lugar e  lermos posts de gente querida, ou vendo suas postagens de terceiros com seus comentários inteligentes. Ouvimos suas vozes, risadas. Sentimos seus olhares curiosos de como estaríamos recebendo aquela sua opinião. Coincidentemente sinto que nossos amigos em comum também apreciam as mesmas “sacadas” e assim participam, opinam e compartilham como eu. E foi sonhando com um espaço assim que estou iniciando este blog para que aqui muita gente e assuntos se comuniquem sem pressa, com bom humor e vontade de ser lido, sentido e produzido eco. Depois poderemos voltar e encontrar tantos os textos quanto os comentários, com facilidade. 




Na apresentação do blog eu sugiro as áreas de assuntos que acredito ser de interesse geral, mas vocês podem extrapolar. Só precisa ser ameno ou intenso, sempre respeitoso. Eu sei que meus amigos logo vão me perguntar se aqui na sala dos Altos Papos poderão ser postados textos políticos. Eu gostaria que não houvesse fronteiras cercadas mas apreciaremos todo o bom senso de não atacar ou proteger causas políticas pois esses temas tem roubado a paz de tantos em nosso país e não quero que espante a presença de quem quer que seja nesta deliciosa sala. Os textos deverão ser enviados por email no endereço altospapos.net@gmail.com e se quiserem enviar também até três imagens , serão colocadas também. Sugiro que as laudas não ultrapassem uma folha de A4 para não ficar muito cansativo. Mas se eventualmente passar disso um pouco, claro que será publicado da mesma forma. 




Convido vocês a virem passear aqui e prestigiarem nossos textos, escritores e participarem sempre que quiserem colocando suas opiniões. Aqui convido vocês também a participarem escrevendo ou sugerindo discussões inteligentes ou instigantes. Aqui os recebo com amor e alegria. Tragam suas produções. Levem nossos assuntos para onde quiserem (claro que agradecemos desde já a fineza de colocar créditos do autor e do blog, de preferência). Sintam-se em casa. Esta é a nossa sala de Altos Papos.  Coloquei algumas fotos de deliciosas salas onde bem poderemos nos sentir acomodados nos ouvindo e desfrutando da boa companhia. 



Ah! este blog tem uma página no Facebook e o link está logo ao lado. Tudo o que publicamos aqui também publicamos lá... e mais. Gratidão.

SAM

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

CONFIANÇA

Meu amigo Fernando Sarmento escreveu este artigo instigado pela maior crise que um país pode passar, a falta de CONFIANÇA.  Reflexão oportuna para Altos Papos.

"Você se considera uma pessoa confiável?
Já reparou que a confiança é a base de tudo para você prosperar com qualidade de vida?
Quando confiamos, especialmente, em si mesmo, sentimos que somos capazes de enfrentar as adversidades da vida.

Pense por um minuto em uma pessoa com quem você mantém um relacionamento de alto nível de confiança. Reflita sobre esse relacionamento. O que você sente?
Agora pense em uma pessoa com quem você tem um relacionamento de nível baixo de confiança. Da mesma forma, reflita sobre esse relacionamento. O que você sente?
A diferença entre um relacionamento de alto e um de baixo nível de confiança é extremamente perceptível. Repare na comunicação. Em um relacionamento de alto nível de confiança você pode dizer a coisa errada e, ainda assim, as pessoas entenderão suas intenções e o significado do que você quis dizer.

Em um relacionamento de baixo nível de confiança, você pode ser cuidadoso com suas palavras, muito preciso e, ainda assim, as pessoas tirarão conclusões erradas sobre o que você disse e sobre sua intenção quando falou.
Mas afinal, o que é CONFIANÇA?
Confiança é a soma do caráter mais a competência. Só o caráter não é suficiente para promover confiança, como só competência também não. Já imaginou viajar de avião com um piloto que só tem caráter e não tem competências? Você viajaria com este piloto no comando?

Mas onde começa a confiança?
Dentro de nós mesmos.
Se quiser refletir um pouco mais sobre você, responda as questões abaixo:
1. Você se considera uma pessoa coerente?
2. Você se considera uma pessoa transparente?;
3. Você se considera uma pessoa relevante?; e
4. Você produz resultados superiores?
Se você respondeu sim para todas as questões é bem provável que você seja reconhecido como uma pessoa confiável.

O grande desafio é estabelecer a “Confiança Inteligente” baseada no discernimento. Quando temos discernimento? Quando temos acesso as informações. Não existe confiança sem transparência. Por outro lado, fora da “Confiança Inteligente”, existem dois terrenos extremamente desgastantes. O primeiro deles é o terreno da “Desconfiança”. Onde existe a desconfiança reside a suspeita. Você já ficou sem dormir por conta da desconfiança? Como uma empresa ou pessoa pode prosperar na desconfiança.

O segundo terreno é o da “Confiança Cega”. Nesse terreno o morador chama-se “Ingênuo”. São aquelas pessoas que dizem “por ele ou por ela eu ponho a minha mão no fogo”.
Você já se frustrou por residir no terreno da “Confiança Cega”? Perdeu noites de sono também?

Agora, a única pessoa que você não consegue enganar é você mesmo. Você sabe o quanto é confiável ou não. A grande questão é definir o que você deseja para a sua vida. Responda a seguinte pergunta e reflita: Eu desejo promover vida ou sofrimento para mim e para os outros? Mais do que parecer confiável aos olhos dos outros, é sentir o quanto a minha autoconfiança me promove autonomia para enfrentar os desafios impostos pela vida. Não adianta esconder-se de si mesmo como mecanismo de defesa, o sofrimento, por conta da falta de confiança em si mesmo, retorna como a dor que retorna pela falta da anestesia.

Quanto mais confiança em si mesmo, mais autonomia e liberdade para promoção da vida.
Sinceramente, você se sente uma pessoa confiável? Se não, seja responsável com você mesmo e busque uma ajuda, não é verdade?
Pense nisso!"

Fernando Sarmento
https://www.facebook.com/fernando.sarmento.9


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

CUIDADO! Perigo constante: "Vida"


Fazer escolhas é sempre um risco imenso: acertar o rumo,  pessoas certas, o lugar mais interessante, o melhor cardápio, a roupa correta, a palavra dita. Vivemos  e corremos riscos a todo instante. Em se conhecendo os riscos decorrentes das escolhas temos apenas de nos armar da coragem e enfrentar as consequências ou de sair de fininho antes de se entregar a um escolha com alto risco de fracasso. Assumir o risco é ter coragem. Fugir de um caminho que se apresenta duvidoso também é um ato de coragem. Enfim, dentro das 24h do dia temos muitos caminhos a optar. Em geral, para cada uma das escolhas, optamos por um e automaticamente eliminamos as demais. Nosso instinto  de preservação muitas vezes nos grita para escolhermos um, ou não optarmos por nenhum até que o horizonte se torne mais claro. Mas nem sempre é possível, ou nem sempre ouvimos nossa intuição. E assim vamos dando rumo a nossa vida instintivamente e expontaneamente.

A juventude nos impele à aventura, ao desafio, a abraçar causas  (nem sempre verídicas) mas aparentemente  altruístas. O tempo e a experiência nos vão mostrando vagarosamente as verdades dos caminhos escolhidos e dos largados pra lá. Às vezes retomamos o rumo, pegamos outro caminho que mesmo com mais maturidade  tem seus prós e contras. E as escolhas vão se mostrando imperiosas. Não da pra adiar. E escolhemos... acertamos e erramos.. mesmo depois de maduros.
A maturidade nos serve para que a nossa própria vivência nos antecipe as conseqüências. Isso facilita um pouco mais nas escolhas. Coisa que na mocidade não temos esse parâmetro e assim com nossa energia e disposição nos colocamos mais em risco que na fase madura .
Muito se fala sobre aproveitar o momento presente. Não fazer as coisas com o fito do futuro. Mas posso garantir que é necessário sim. Não é viver no passado, nem no futuro. Mas viver o presente com um pé fincado no passado e olhares rápidos para o futuro. Hoje é o passado do amanhã. Se nada fizermos para nosso futuro não teremos onde fincarmos nosso pé quando o futuro chegar.
E assim escolher o hoje como melhor dia é primordial. Mas fazer do hoje um dia maravilhoso para se lembrar no futuro é tanto o quanto importante.
E assim escolher com consciência nos riscos e conseqüências de cada escolha fará de nós pessoas mais amadurecidas e realizadas mesmo que nossas escolhas redundem em alguns equívocos. Saberemos sair deles. Saberemos retomar o rumo e construir um caminho melhor do que o anterior. E além do mais, todos os caminhos nos servirão de base.
Viver é arriscado. Não se arriscar é não viver.

SAM.


"Benditos os que conseguem se deixar em paz.
Os que não se cobram por não terem cumprido
suas resoluções, que não se culpam por terem
falhado, não se torturam por terem sido
contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos.
Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então
que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento.
De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.''
Martha Medeiros

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Leve

Anseio por uma vida leve. Uma vida sem pesos mortos. Um dia sem incomodação. Um mês inteiro sem a ansiedade se vou conseguir  atingir as metas financeiras ou manter meu peso ideal.  Anseio não pesa. Esse anseio é um sorriso de esperança. É estar consciente das metas, mas estar no presente. Viver apenas o momento presente com a melhor receptividade  nessa atenção. Ouve-se tanto falar de comida leve. Eu quero mais. Quero vida leve. Eu vivo minha vida leve.

O que pode nos levar a isso? O desapego.

Desapego de nossa própria historia vivida. Desapego do medo do presente ou do futuro. Certeza de que sem o apego nada nos faltará. Desapego por nossos amores e responsabilidades. Amores e responsabilidades terão sempre grande elos em nossa vida mas não devem jamais serem um ralo energético. Essa vazão quem regula é cada um de nós.


O que é o desapego? É não se fundir com o objeto de nossa responsabilidade, nem com a pessoa de nosso cuidado. É trabalhar, amar, assumir sem  doar nosso eu e nem a melhor parte de nós mesmos. É possível. É manter o rumo e o fluxo de tudo com consciência  sem se deixar levar por aquilo.

É se divertir profundamente, é aprender as lições da vida, é se apaixonar e conviver com o ser amado com o melhor amor ...leve. Mas não se perder em sentimentos de ansiedade ou expectativas. É a entrega do momento e só do que está sendo necessário. O maior problema de cada um de nós é darmos muito mais ao próximo do que  é pedido  e esperar o retorno de muito mais do que é possível  ao outro devolver, inclusive  com gratidão.

Com leveza damos todo o possível que não nos fará falta e nada esperaremos em troco. Com leveza vivemos satisfeitos com o que temos. Que o nosso querer reside dentro dessa faixa de possibilidade. E isso não se aplica apenas ao mundo material do comprar ou poder de compra. Isso se aplica também aos relacionamentos de amizade, família e trabalho. Detecto em minha vida alguns relacionamentos conflituosos, que na verdade foram um dia conflituoso, não  são mais. Não mais porque não mais permito que o outro lado desse conflito roube mais a minha paz. Eu me dei o limite. E eu me dando o limite, cortei o roubo de energia que aquele relacionamento conflituoso me provocava. Posso até conviver com aquela pessoa mas não mais dôo partes importantes da minha vida que possam me desestabilizar. Muito antes de qualquer provocação me atingir estarei longe dessa conexão.

Sou alguém que se preocupa com o próximo, com a política, com meus amigos e familiares e também com pessoas que foram personagens importantes em meu passado. Embora muita gente  não mais eu conviva sou grata a eles todos por me terem ajudado a chegar aqui onde estou e como estou.
Viver com leveza é uma das melhores conquistas de minha vida. Reconheço que a maturidade contribuiu pra essa visão do melhor valor da vida que é a paz. Que abraçar essa causa é mais do que um valor esotérico, é real. É filosófico e material, se aplica a tudo. É a minha filosofia de vida.

Leve sua vida leve.



SAM


Novidade nos Altos Papos

EFÊMERO

Efêmeras são as flores que ganhei na semana passada de pessoas que passaram pela minha vida de maneira que parecia ser duradoura, mas nã...

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